Empresas usam meios ilegais para controlo do teletrabalho
Mais de metade dos profissionais das atividades intelectuais impedidos de estar em modo remoto por imposição do patrão, revela o relatório elaborado para a UGT.
Cerca de metade dos trabalhadores à distância (49,3%) indicaram que a entidade empregadora recorreu a soluções eletrónicas para controlo horário do teletrabalho que violam as diretrizes da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), segundo o "Estudo sobre o teletrabalho e os seus desafios na nova conjuntura", encomendado pela UGT e coordenado pelo professor do ISCTE-IUL e antigo secretário de Estado socialista, Paulo Pedroso. O inquérito a que o Dinheiro Vivo teve acesso é apresentado esta terça-feira na sede da intersindical.
"As práticas mais frequentes, como envio de emails e/ou SMS periodicamente e software de registo do início e fim da atividade laboral e pausas (71% e 38% respetivamente), não colidem com o que foi definido pela CNPD. É, contudo, significativa a proporção de inquiridos que reportam que lhes foi solicitada a manutenção da câmara de vídeo permanentemente ligada e que dizem ter havido recurso a software de captura de imagem do ambiente de trabalho", revela o mesmo inquérito. Segundo os dados recolhidos, 21% dos trabalhadores em modo remoto referem que a empresa lhes exigiu a câmara de vídeo permanentemente ligada e 19% indicam a existência de software de captura de imagem do ambiente de trabalho.
"O aumento extraordinário do recurso ao teletrabalho, num contexto de imposição" pandémica "e a falta de preparação das entidades empregadoras, a par da ausência de exemplos de soluções que possam ser empregues são fatores que poderão explicar o nível de respostas dos inquiridos que referem o recurso a estes dispositivos", esclarece o relatório. "Independentemente dos fatores explicativos, dada a não admissibilidade destes dispositivos e os riscos acrescidos da não proteção dos dados pessoais dos trabalhadores e de violação da sua pri...
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